A história da humanidade sempre registrou casais que alcançavam felicidade plena, eram tidos como modelos, escolhidos por Deus, unidos por forças celestiais e que foram retratados em contos e histórias infantis até os tempos atuais. Quem não se recorda da Cinderela em busca de seu príncipe, da Branca de Neve que ressuscitava através de um beijo apaixonado, de Romeu e Julieta enfrentando a resistência das famílias para se unirem pelo através da morte.
Ainda na infância, as histórias reforçam a ideia de príncipes e princesas, mas a realidade é bem diferente da fantasia e imaginação, quando nos unimos encontraremos ao nosso lado um ser humano com qualidades e defeitos, que nos surpreende com reações diferentes daquelas imaginadas e que por diversas vezes irá frustrar nossas expectativas. E, neste caso a disposição de perdoar, acolher, apoiar, compreender as diferenças, fortalecer em momentos de fraquezas e vulnerabilidades, são temas que ficam fora dos contos infantis, mas que fazem toda a diferença nos contos dos adultos.
Não há pessoas predestinadas umas para com as outras, almas gêmeas como “metade de uma laranja”, ou qualquer outra afirmação de que há uma união perfeita, ideal, sem riscos de frustrações. Numa sociedade que foge da dor e corre assustadoramente em direção do prazer, esta afirmação não será popular, mas é fortalecedora.
Há pessoas que investem em negócios toda a sua vida, aplicam dinheiro em empresas mesmo quando todas as análises predizem que a falência é inevitável. Porém, quando sua relação conjugal passa por desgastes, ou o resultado não é o esperado, facilmente vão ao cartório pedir divórcio, sem ao menos fazer investimento ou buscar alternativas de recuperação.
Compreender as tendências comportamentais de cada um, fazer investimento nas áreas que estão desequilibradas ou pedindo socorro, além de uma alternativa mais inteligente emocionalmente, é também um ato de amor.